10 de dez. de 2006

Alimento Funcional


Altos teores de Antocianina garantem o efeito Anti-oxidante destas frutas. Estão sendo avaliados os benefícios do consumo em diabetes, glaucoma, catarata e até mesmo em alguns casos de câncer. Difícil um remédio ser tão saboroso!!!

1 SEMINÁRIO DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO


10 de jul. de 2006

Comercialização


O mercado brasileiro de pequenas frutas ainda é incipiente porém com um futuro bastante promissor. A industria (iogurte, geléias, sorvetes, bebidas, etc...) importa quase toda matéria-prima, quase sempre congelada (IQF-Individually Quick Frozen) e o chile é o fornecedor mais importante.
O uso destas frutas no dia a dia é bastante limitado ainda em função justamente da baixa oferta, porém países da Europa e EUA usam em larga escala nos produtos mais diversos. Indicadores mostram que demanda interna é muito maior do que a oferta, fazendo com que os preços estejam atualmente em patamares muito elevados. A unica cotação oficial que se encontra no país é a cotação do CEAGESP-SP onde aparece de novembro a janeiro e a um preço médio de R$45,00 o Kilo (Framboesa In Natura)
Em estudo de mercado realizado recentemente na cidade de São Paulo foi possível identificar nichos específicos varejistas que estão dispostos a comprar diretamente de produtores, desde que haja uma padronização de qualidade e embalagem adequada, além obviamente de volume elevado.
Pode-se concluir que o mercado para frutas in natura é o que paga melhor preço ao produtor, no entanto é preciso uma logistica de distribuição muito eficiente pois a perecibilidade é o fator mais limitante, já que qualidade permanece adequada somente de 2 a 6 dias, em função da variedade.
(Framboesa- 2 dias; Amora- 5 dias; Mirtilo- 6 dias- Válido para acondicionamento em câmaras frias a temperatura de 4 graus centigrados)

6 de abr. de 2006


Os cuidados na produção são constantes. Para cada espécie algumas regras diferentes. O mirtilo, por exemplo, dispensa o uso de tutoramento, no entanto prefre solos mais ácidos, com pH em torno de 4,5. As raizes do mirtilo são muito ramificadas e fasciculadas formando uma rede superficial portanto não se recomenda a capina mecânica, já que ao raspar o escarificar o solo, as raízes serão destruidas e a planta poderá morrer. Para que não haja interferência de plantas invasoras é preciso aplicar uma grossa camada de "mulch" para abafar o solo de forma a não permitir a germinação destas. Se recomenda a utilização de acículas de pinus trituradas e curtidas, pois este material possui uma espécie de fungo que ajuda na absorção de alguns nutientes, principalmente o fósforo. São as chamadas Micorrizas, que fazem o papel de raíz. Assim além de combater o mato, o solo fica protegido e a umidade se mantem por mais tempo, além de ajudar a absorção de nutrientes. Mas vale frisar que esta técnica de mulch é somente recomendada para as plantas da família do mirtilo, as ericaceas, já que para outras espécies a acícula pode prejudicar o desenvolvimento já que ela acidifica o solo.

No caso das Amoras e Framboesas (Genero Rubus) o pH deve ser corrigido para próximo de 6,2. Além disso uma boa drenagem é fundamental pois excesso de umidade pode causar a podridão de raízes. Por isso se recomenda aplicação massiva de matéria orgânica humificada, para estruturar o solo de forma adequada ao desenvolvimento das raízes que são muito vigorosas e se espalham bastante em relação à planta de origem. Nessas raízes é comum a emissão de novas brotações de forma que fica fácil a reprodução de plantas à partir da própria raíz, tanto nas framboesas quantos nas amoras e seus híbridos.

2 de abr. de 2006









A produção visa atender a nichos de mercados especiais que procuram frutas diferenciadas e sofisticadas. Para o produtor além da fruta in natura, ele pode produzir sua própria geléia, doces, vinhos ou ainda destilados (chamados de eau de vie ou aquavit). Mas o melhor em termos de agregação de valor é a produção destinada ao agroturismo, assim além poder vender os produtos e subprodutos diretamente ao consumidor (turista) sem atravessadores, o produtor pode incluir em sua receita valores de visitação, refeições e até mesmo pequenos workshops para grupos de interesse.



Alguns testes estão sendo feitos em ambiente protegido com tempertura, umidade e luminosidade controladas para extender a produção por mais tempo, visando a colheita no inverno, assim para àqueles que tem uma pequena propriedade e queiram explorar o turismo na temporada de inverno poderão oferecer frutos frescos e até mesmo propiciar a colheita para os turistas que buscam alternativas de lazer e visitação



Especilmente na região da Alta Mantiqueira, onde as condições de temperatura são bastante favoráveis ao desenvolvimento destas futas a produção já é bastante significativa. Estima-se que entre framboesas, amoras e mirtilo, a área plantada seja de cerca de 40 ha. Parece pouco se olharmos a área tão somente, porém 40 hectares cultivados de pequenas frutas equivalem, em termos de custo, a 800 ha de café aproximadamente.

Alguns problemas como o excesso de chuvas são os mais comuns enfrentados pelos produtores, pois a incidencia de doenças fungicas é elevada nos meses chuvosos que coincidem com a colheita, deteriorando os frutos por completo, principalmente devido à podridão de botritis (botrytis sp), reduzindo em muito seu valor comercial e fazendo com que os frutos sejam destinados somente para a indústria.
Os produtores mais tecnificados estão utilizando a plasticultura consorciada com irrigação de gotejamento para melhorar a qualidade dos frutos e até mesmo a produtividade já que em estufas é possível oferecer condições ideais de desenvolvimento além de propiciar um melhor controle fitossanitário.




A vantagem de cultivar estas pequenas frutas, além do alto valor de mercado, é que apresentam boa produtividade em pequenas áreas, o que propicia a agricultura familiar. Outra vantagem é o alto grau de rusticidade que permite com uma certa facilidade o seu cultivo orgânico.
O grande desafio é o alto custo de produção pois a cultura de um modo geral é bastante exigente no preparo do solo além dos investimentos em condução (espaldeiras) que devem ser feitos com arames galvanizados e tutores (mourões) de qualidade. A mão de obra também é um fator limitante, pois em todo o seu ciclo existe uma grande demanda de serviços manuais, como a capina, poda verde, poda de condução, poda de inverno, amarração, colheita, etc... além dos tratamentos como as pulverizações, adubações, calagem (no caso do mirtilo deve-se trabalhar com ph ácido), adição de matéria orgânica (fundamental) e irrigação.




Existe uma infinidade de variedades de berries, mas no Brasil apenas algumas são conhecidas. A framboesa por exemplo possui mais de 500 cultivares, no entanto, no Brasil apenas três são difundida. São elas:
Heritage;
Autumn Bliss;
Batum.

Todas estas cultivares são do tipo remontantes, ou seja produzem no ramo do ano, portanto são conhecidas como outonais, pois a medida que a planta emite novas brotações no verão a flores são das gemas axilares destas terminações, e isto ocorre principalmente no final do verão e começo do outono.

Existem as variedades conhecidas como não-remontante (summer-bearing), que produzem nos ramos de 1 ano, ou seja a planta emite uma cana (primocane) e esta depois de passar os rigores do inverno passam a se chamar Floricanes, florescem e produzem frutos uma única vez no verão. Destas variedades, se destacam a tulameen, a titan e a willamette. Normalmente estas variedades são mais exigentes em horas de frio para que haja a quebra de dormência.

* In one study, the effects of freeze dried black raspberries in the diet was monitored in relation to cancerous processes in the colon using rats. It was noted that aberrant crypt foci (tiny lesions which may develop into tumours), adenocarcinomas and levels of oxidative damage (8-OHdG) were significantly reduced in rats fed with the berry diet. These berry diets included 2.5%, 5% and 10% freeze dried black raspberries and the dose seemed to have some effect . These results indicated that black raspberries inhibited several measures of induced colon carcinogenesis and also modulated an important marker of oxidative stress in the rat. Harris et al 2001 Nutrition and Cancer 40: 125-133

As pequenas frutas como são chamadas, são frutas já tradicionalmente cultivadas em paises de clima temperado, em especial na europa e estados unidos, e vêm tomando espaço em algumas regiões do brasil, visto que a demanda nos grandes centros consumidores é muito elevada, e por isto o mercado apresenta excelentes cotações para o produtor. O grande problema é a perecibilidade destas frutas que de forma in natura se conservam por poucos dias e exigem acondicionamento e transporte especiais. Além do sabor agradável, e da versatilidade gastronômica, as berries, como também são chamadas, apresentam características nutracêuticas, como potentes anti-oxidantes (antocianina) que atuam contra o envelhecimento humano além de diversas outras indicações como diabetes, glaucoma e até alguns tipos de câncer*.
No Brasil o cultivo de framboesa se iniciou na região de Campos do Jordão devido a presença de imigrantes europeus que se instalaram na região e trouxeram de navio as primeiras mudas. Ha relatos de de cultivo de framboesa a partir de 1950, onde o barão Von Leithner iniciou o cultivo numa área de 3ha e passou a fabricar doces e aguardentes (eau de vie).
Outras regiões como o estado do Rio Grande do Sul se tornaram expoentes produtores e o município de Vacaria é hoje o maior produtor nacional.
Além da framboesa, a amora preta, o mirtilo e a Boysenberry (hibrido de framboesa e amora) fazem parte do mix de pequenas frutas cultivados atualmente. Existem outras variedades/espécies, como a groselha, o cassis, a tailberry, a loganberry, o cranberry, a framboesa negra a framboesa púrpura e a framboesa amarela que não são cultivada por falta de material genético disponível nos centros de pesquisa.